Quando pequeno, ele via os computadores como verdadeiros brinquedos de lego, com muitas possibilidades de montar e desmontar. A curiosidade em saber o que havia dentro de uma máquina levou Ederson Silva, hoje Product Owner na DBServer, a entrar na área de tecnologia.
Ele brinca que, quando criança, é comum a gente sonhar em ser advogado, piloto de avião, mas nunca em seguir no setor de TI. Porém, já tomado pelo entusiasmo diante desse universo, Ederson não teve dúvidas ao escolher estudar Sistemas de Informação na UniRitter – Centro Universitário de Porto Alegre.
Na área há 14 anos, segundo ele, cursar Sistemas de Informação é como se fosse a administração para a área de TI, o que é muito benéfico, pois se trata de um curso bem abrangente que te possibilita direcionar depois, lá no mestrado e doutorado, para as outras áreas.
Depois de formado, Ederson iniciou a carreira na área de teste e recorda que naquela época, havia até uma brincadeira entre Devs e Testers como rivais. “A gente brincava que o Tester é um desenvolvedor frustrado, o cara que não deu certo desenvolvendo vai virar testador”, comentou.
Mesmo com essa suposta rixa, Ederson não tem dúvidas que escolheu o lado que mais lhe agrada.
“Sempre gostei da área do teste, uma das profissões que eu queria seguir era de advogado, e se tu for olhar a lógica do que é ser um advogado, achar o caminho para resolver a causa do cliente, o Tester é mais ou menos isso. Tu vai a partir de um determinado ponto para fazer o teste e validar todas as possibilidades de acerto e erro que aquele programa tem, conforme foi definido no escopo”, explica.
Com experiência em plataformas Oracle e também em Negociação Eletrônica (Bovespa), Ederson tem uma ampla experiência na área de teste, cuja função primordial é garantir que a partir das definições geradas para o sistema ou funcionalidade a ser entregue, um check list de verificação seja criado com o objetivo de testar e concluir que tudo está de acordo com o solicitado pelo cliente e que a qualidade seja a melhor possível.
Porém, hoje Ederson atua como analista de negócio, conhecido também como product owner, profissional responsável por maximizar o valor de uma solução desenvolvida nas empresas. Cabe a ele compreender as necessidades dos usuários da empresa e ser a voz do cliente diante dos desenvolvedores.
Os desafios
Como tem experiência tanto como Tester quanto analista de negócio, Ederson pontua os desafios de cada uma das áreas de atuação.
Segundo ele, a parte de teste não mudou muito no que diz respeito a funções, porém, na parte de tecnologia sim. Antes o Tester tinha que fazer tudo de forma manual, mas agora existem diversas ferramentas e tecnologias que fazem isso, otimizando o trabalho.
“Antes, o que a gente fazia em 8 horas, hoje realizamos em apenas uma com o apoio de ferramentas especializadas. Temos um trabalho mais analítico do que braçal”, reforça.
Por isso, um dos desafios de quem deseja atuar na área de teste é saber se adaptar e entender as ferramentas de forma ágil. É preciso buscar capacitação constante para não ficar engessado.
Outro ponto que ele destaca é o fato do mercado estar em falta de profissionais com determinadas capacidades. Tem muita oferta, isso ocorre também com os cargos de analista de negócio, não tem profissionais qualificados e na maioria das vezes, a empresa quer alguém no nível sênior para não perder tempo ensinando.
Os benefícios do trabalho remoto
Antes da pandemia, o Product Owner trabalhava alocado dentro da empresa. Contudo, com as novas medidas de segurança para conter a propagação do vírus, ele está 100% remoto.
Para ele, a experiência de trabalhar remotamente é algo positivo, tem muitas vantagens como poder ficar perto da família, acompanhar o estudo da filha e não precisar enfrentar trânsito.
Embora algumas empresas estejam retornando ao escritório, a DBServer aderiu ao modelo home office e Ederson vai continuar trabalhando de casa.
Mercado aquecido traz pontos positivos e negativos
Ederson pontua que, desde 2005, quando o mercado de tecnologia tomou um corpo dentro das empresas, ele nunca mais parou de crescer no sentido de ter ofertas de emprego em várias funções.
Segundo ele, é uma área que dificilmente tem profissionais que atendam a todos os requisitos que a empresa exige. Além disso, para a pessoa conseguir o mínimo de conhecimento em uma tecnologia, precisa de pelo menos seis meses de aprofundamento e prática.
Uma das características do mercado de TI é ter milhões de vertentes e para cada uma delas requer um profissional diferente, que precisa ter conhecimento aprofundado. Isso, segundo Ederson, faz com que as empresas percam oportunidades de contratar um júnior e desenvolvê -lo nas habilidades necessárias.
“Os profissionais, da mesma forma que se beneficiam da evolução tecnológica, sofrem com os pré-requisitos cada vez mais exigentes na contratação”, avalia.
Tendências de mercado
Entre as tendências do setor, Ederson nota que a necessidade de migrar tudo para a nuvem está cada vez mais presente. Em consequência disso, é preciso investir em segurança, ter cuidado para proteger os dados e a cibersegurança acaba vindo como tendência aliada a esse movimento.
Para ele, um outro exemplo recente foi o anúncio do metaverso por Mark Zuckerberg, sendo algo que podemos vislumbrar como tendência para os próximos anos.
“O mundo está cada vez mais online, estamos indo para o virtual, e a empresa que quiser alavancar seu potencial, uma das tendências é investir na nuvem e em cibersegurança”.
Continuar equilibrando trabalho e qualidade de vida
Satisfeito com as escolhas que fez até agora, Ederson quer apenas seguir dentro da sua área de atuação, trabalhando com o que gosta e equilibrando a rotina com uma vida mais tranquila.
“Sem a preocupação de bater cartão”, finaliza.