Nesta Coluna #CompartilhaMercado, convidamos a psicóloga, especialista em transtornos de ansiedade, Liliana Lopes para buscar novas perspectivas e lidar com o contexto histórico que vivemos. Como o home que virou office? Como aceitar as ansiedades e começar a viver de uma maneira mais humana e positiva? Confira nosso papo! #BoaLeitura
NA PANDEMIA
Neste último ano e meio de pandemia, Liliana afirma que houve um aumento na procura por profissionais relacionados a problemas de saúde mental e transtornos, como a ansiedade e depressão. A psicóloga ilustra que a pandemia “tirou a venda dos nossos olhos” em relação a necessidade das pessoas de buscarem ajuda.
Outro ponto relevante, foi o aumento das patologias. Com situações de “privação da liberdade”, como não poder sair de casa, as pessoas se viram inseridas em uma realidade na qual não houve precedentes, e dessa forma, houve reverberações no estado mental das pessoas. É um contexto inédito – de não poder exercer a própria liberdade – como por exemplo, sair de casa para encontrar familiares e amigos, ou até viajar.
Liliana indica que o ser humano tem uma capacidade natural de adaptabilidade. Porém, com o contexto de falta de controle – a pandemia não estava diretamente sob nossas decisões – impactou negativamente nossa resposta à nova realidade. A profissional explica que foi a “sensação de perda de controle” da vida e dos acontecimentos.
HOME VIROU OFFICE
Muitas empresas do ramo de tecnologia vão continuar com o home office. A psicóloga explica que com a vacinação, o trabalho remoto pode ser uma condição, “uma escolha, logo lidar com o home office vai ficar mais fácil”. Outro ponto que pode ser recuperado é a parte de se programar para algo: “fazer planos“. Retomando o controle do nosso tempo e dos nossos sonhos.
Outra visão da psicóloga é que as pessoas “adoeceram mentalmente, mas a vida pode ter ficado mais saudável” com esse home que virou office. Em alguns profissionais, a relação com o tempo melhorou. Liliane acredita muito em um “alívio emocional” em estar em casa e não se deslocar para o trabalho, por exemplo.
ADAPTAÇÃO
Pedimos para a psicóloga listar pontos positivos para encararmos da melhor forma nosso contexto. A principal delas é “aceitar nossa humanidade”, nossa capacidade de sentir e nos adaptar às realidades e situações. Veja abaixo outros pontos relevantes:
- “O controle da vida é imaginário” – O controle da nossa vida é uma ilusão da modernidade, quando criamos mecanismos de gestão, por exemplo, ou as agendas. Mas o controle da vida como um todo é uma ilusão. Controlamos nossa força produtiva, nossos compromissos e metas, mas a vida em si, ainda não conseguimos.
- “Capacidade de adaptação” – Pensar em como a gente se adapta ao que a gente tem. O que podemos fazer dentro daquele contexto. A pandemia não é uma escolha particular, logo, que ações posso incluir na minha rotina para ter melhores vivências e hábitos?
- “Aceitar a humanidade” – Somos seres humanos e nossas emoções fazem parte de nós. Se nossa agenda de reuniões e compromissos não sai como planejamos, imagine nossas emoções vendo situações repetidamente saindo do nosso controle? Aceite. E após isso, respire e encare da melhor forma possível.
SÉRIE LUCIFER
Um ponto relevante para a psicóloga é a busca por profissionais no tratamento de questões relacionadas à saúde mental. Algo que é muito positivo segundo Liliana, “vemos o assunto em jornal e séries como, Lúcifer – retrata o personagem ‘Lúcifer’ que tira férias na Terra e tem uma terapeuta para tratar questões de relacionamentos e tramas da série. Buscar tratamento faz parte da nossa humanidade”. Pesquisamos outros conteúdos que trazem a temática, e pode quem sabe enviar para o amigo, familiar que ainda tem resistência com o tema. Confira a lista abaixo:
- Série Lúcifer
- Sessão de Terapia
- Headspace
- Nise – O Coração da Loucura
- Gaga: Five Foot Two
