A procura por vagas tem sido um desafio cada vez maior em um mercado altamente competitivo, com falta de oportunidades, inclusive para profissionais qualificados.
Se o cenário se mostra complicado diante da taxa de desemprego que atingiu 12,6%, somente no primeiro trimestre de 2021, imagine para as pessoas transgêneras.
Isso porque, as pessoas trans no mercado de trabalho têm que lidar tanto com o nível de exigência relacionada às vagas disponíveis, quanto com o preconceito e falta de preparo e empatia, infelizmente, ainda presente nos processos de seleção.
Diante disso, se faz urgente que os recrutadores e departamentos de recursos humanos se atentem e se preparem para criar processos mais inclusivos.
Vamos falar mais sobre o tema a seguir, confira!
Pessoas trans no mercado de trabalho
Apesar de acontecer de forma lenta, as pessoas trans no mercado de trabalho estão, finalmente, conquistando o espaço que merecem.
Isso ocorre por conta das pautas que a comunidade LGBTQIA+ tem discutido com a ajuda da mídia, dos influenciadores e das redes sociais, espaço primordial de questões tão importantes.
Com isso, vimos nos últimos anos uma maior representatividade com cantores, artistas e personalidades trâns se destacando. Um exemplo recente é a participação da cantora Linn da Quebrada no BBB 21.
Porém, ao mesmo tempo que a presença da Linn é recebida com entusiasmo, levanta reflexões extremamente necessárias sobre o tratamento correto para com as pessoas trans. Em diversos momentos, por exemplo, vimos outros participantes do reality se referir à Lina no masculino, sendo que ela se identifica com o gênero feminino.
Processos seletivos com pessoas transgêneros e o preparo das empresas
Tal fato nos leva a outras diversas reflexões que devemos fazer, enquanto sociedade, e uma delas é a respeito dos processos seletivos com pessoas transgêneros.
Será que as empresas, recrutadores e departamentos de recursos humanos estão se preparando para transformar essa realidade?
De acordo com uma pesquisa feita em 2020 pela Fapesp mostrou que apenas 13,9% das mulheres trans e travestis tinham emprego formal, sendo que entre homens trans a porcentagem foi de 59,4%.
No mesmo ano, ocorreu um aumento no número de pessoas trans ocupando cargos nas câmaras municipais, o que é essencial para a luta e representatividade.
Empresas precisam apoiar a diversidade
No Brasil, estima-se que a cada 16 horas uma pessoa trans é morta. Por conta do preconceito e da dificuldade das pessoas em aceitarem o que é diferente, as pessoas trans ficam muito mais vulneráveis, correndo riscos que um indivíduo considerado dentro do padrão não sofre.
Cabe a cada setor da sociedade fazer a sua parte e o mercado de trabalho é um dos que mais precisa melhorar e mudar para abrir espaços para a contratação de transgeneros.
De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais, após uma pesquisa, 88% dos entrevistados relatam que as empresas ainda não estão preparadas para contratar pessoas trans.
Como mudar isso? Cabe a cada empresa refletir sobre as suas práticas, buscar apoio de especialistas e desenvolver ações que visam abrir espaço que possam dar oportunidades. Afinal, as pessoas trans também precisam trabalhar e se sentir confortáveis em seus empregos.
Como conduzir processos seletivos com pessoas trangeneros?
A mudança para que as pessoas trans no mercado de trabalho comecem a ser bem recebidas e tenham o direito de participar de processos de seleção está na mão dos recrutadores e profissionais de RH.
Independentemente qual seja o setor, deve haver responsabilidade para gerar vagas específicas para pessoas trans, como ocorre com pessoas com deficiência. Por isso, a ação deve começar a ser conduzida já no descritivo da vaga, direcionando as oportunidades em aberto, ou pelo menos parte delas, para as pessoas trans.
Veja a seguir algumas dicas:
Abra vagas exclusivas para pessoas trans
Você sabia que existe um projeto de lei que determina a contração de travestis e transexuais por empresas com mais de 100 empregados?
Mesmo que a sua empresa não tenha esse número grande de colaboradores, que tal subverter a regra e apoiar a comunidade LGBTQIA+?
Essa é uma ótima iniciativa para criar empresas e ambientes de trabalho mais plurais.
Atenção ao uso do pronome
Antes mesmo de agendar a entrevista, se informe através do currículo e até mesmo das redes sociais do candidato sobre qual gênero a pessoa se identifica.
Desta forma, você estará mais preparado e atento ao uso do pronome correto durante o bate-papo.
Aja com naturalidade
Pode acontecer dos recrutadores e profissionais de RH nunca terem conduzido um processo com pessoas trans. Isso pode fazer com que eles se sintam receosos e ir para a entrevista como se estivessem “pisando em ovos”.
Mas a melhor forma é conduzir a entrevista com naturalidade, empatia e respeito. Evite qualquer tipo de brincadeira para não criar constrangimentos. Aja da mesma maneira como é comum fazer com os demais candidatos, focando nas habilidades, experiências, pergunte sobre projetos realizados, objetivos entre outros.
Esclareça sobre a política da empresa
É importante conversar com o candidado trans sobre as políticas que a empresa tem para fortalecer a diversidade e evitar discriminação no ambiente de trabalho.
Assim, o profissional sente que poderá trabalhar em um lugar saudável e ficará mais tranquilo para dar prosseguimento ao processo.
Conte com recrutadores
Caso a sua empresa não tenha departamento de recursos humanos ou profissionais espefícios para lidar com processos seletivos com pessoas transgêneros, busque apoio de recrutadores.
Eles poderão ajudar a tornar o processo mais inclusivo e estarão atentos aos detalhes que a sua empresa necessita para preencher a vaga com rapidez e assertividade.
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